Por Josh Smith
SEUL (Reuters) - Uma autoridade de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) pediu à comunidade internacional que cogite com urgência suspender as sanções contra a Coreia do Norte, que podem estar piorando os problemas de lockdown do coronavírus, de acordo com o esboço de um relatório divulgado nesta quinta-feira.
A Coreia do Norte, que não relatou nenhuma infecção confirmada, está sujeita a sanções da ONU desde 2006 por causa de seus programas nuclear e balístico, e nos últimos anos medidas cada vez mais duras foram adotadas.
O país impôs controles fronteiriços rígidos neste ano em meio a medidas duras contra o vírus, mas está sofrendo com as sanções e com "problemas econômicos sistêmicos e condições climáticas anormalmente ruins", escreveu Tomás Ojea Quintana.
Embora as restrições norte-coreanas almejem proteger os direitos de seu povo à vida e à saúde, os lockdowns rigorosos têm um efeito "devastador" no comércio, acrescentou Quintana, que é o relator especial de direitos humanos da ONU para a Coreia do Norte.
A redução do comércio, por sua vez, ameaça os suprimentos de comida e o acesso à ajuda humanitária, disse ele no relatório, que será submetido à Assembleia-Geral das Nações Unidas na semana que vem.
"Diante da situação inédita da pandemia de Covid-19, o relator especial acredita que a responsabilidade internacional de reavaliar o regime de sanções é mais urgente do que nunca", concluiu.
A implantação maior de sanções começou a "afetar seriamente a economia inteira do país", e tem consequências adversas sobre os direitos econômicos e sociais da população, acrescentou.