CARACAS (Reuters) - O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela deu a líderes da oposição nesta terça-feira um documento que possibilita o início de um processo para a realização de referendo visando remover do cargo o presidente Nicolás Maduro, que está sob fortes críticas devido ao aprofundamento da crise econômica.
A inflação de três dígitos, a escassez de produtos e uma severa recessão deixaram o líder socialista amplamente impopular, e a decisiva vitória da oposição nas eleições legislativas do ano passado os encorajou a pressionar por um referendo.
Parlamentares da oposição se acorrentaram ao escritório do conselho na semana passada para protestar contra o não fornecimento de planilha para a primeira etapa para colheita das quase 4 milhões de assinaturas necessárias para fazer o referendo.
Eles celebraram a decisão de terça-feira como uma vitória política e mudaram os planos de um protesto que fariam na quarta-feira por um esforço para a colheita de assinaturas.
"Começou na Venezuela um processo de mudança irreversível", disse o deputado Julio Borges, chefe da bancada da oposição, em sua conta no Twitter. "Sairemos da crise como deve ser: juntos e em paz!", completou.
Mas os defensores da retirada de Maduro enfrentam uma estrada longa e incerta.
O CNE disse que a oposição terá 30 dias para recolher os nomes de 197.000 venezuelanos para que o processo siga adiante. Depois, os oposicionistas devem fazer outra petição em que precisam reunir as 4 milhões de assinaturas.
(Por Eyanir Chinea e Daniel Kai)