Oposição venezuelana vai às ruas para aproveitar ímpeto contra Maduro

Publicado 23.01.2019, 09:44
© Reuters. Presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, discursa em Caracas

Por Mayela Armas e Angus Berwick

CARACAS (Reuters) - Venezuelanos irão às ruas nesta quarta-feira no momento em que a oposição espera capitalizar diversas semanas de ímpeto para forçar uma mudança no governo do presidente Nicolás Maduro, enquanto o país vive um colapso da economia e uma erosão da democracia.

Uma série de protestos em Caracas na segunda-feira, desencadeada por uma breve revolta militar, aumentou a esperança de que o novo líder do Congresso, Juan Guaidó, possa unificar a oposição e derrubar Maduro, que deu início este mês a um segundo mandato apesar de críticas de que sua reeleição foi ilegítima.

Guaidó tem dito que estaria disposto a substituir Maduro como presidente interino, com o apoio das Forças Armadas, para convocar eleições livres. O Congresso da Venezuela, controlado pela oposição e considerado por muitos governos como o último bastião da democracia no país, declarou Maduro um “usurpador” e foi apoiado pelos Estados Unidos.

A marcha desta quarta-feira, que deve atrair centenas de milhares de pessoas, pode consolidar o apoio popular a Guaidó e alguns apoiadores estão pedindo que ele se autodeclare o presidente legítimo da Venezuela. A oposição venezuelana tem estado em grande parte sem liderança desde que o mentor de Guaidó, Leopoldo López, foi preso em 2014 durante protestos.

Guaidó, de 35 anos, tem pedido que as Forças Armadas rejeitem Maduro e tem prometido uma futura anistia para aqueles que ajudarem a restaurar a democracia no país.

Dirigindo-se a membros das Forças Armadas na segunda-feira, Guaidó disse: “Nós não estamos pedindo que vocês dêem um golpe de Estado, não estamos pedindo que vocês atirem. Estamos pedindo para vocês não atirarem contra nós”.

Guaidó, em entrevista à Reuters na terça-feira, disse que se tornar presidente pretende fornecer proteção legal a soldados e oficiais que desertarem, mas reconheceu que “precisará haver justiça para aqueles que tiverem feito coisas ruins”.

“A inquietação é natural. Nós passamos 20 anos sofrendo ataques. Eles mataram líderes políticos, eles prenderam outros, eu fui sequestrado por algumas horas, eles mataram meus amigos”, disse.

© Reuters. Presidente da Assembleia Nacional, Juan Guaidó, discursa em Caracas

“Eu não pretendo curar as feridas de 20 anos e não pretendo escondê-las. Eu pretendo reconhecer aquelas que estão aqui”.

O governista Partido Socialista realizará uma marcha própria nesta quarta-feira e autoridades têm ameaçado prender Guaidó. A pró-governo Suprema Corte, que anulou os poderes do Congresso em 2017, decidiu na terça-feira não reconhecer Guaidó como líder da instituição e pediu que a Procuradoria determine se ele cometeu algum crime.

Maduro, que tomou posse em 10 janeiro após uma eleição de 2018 amplamente vista como uma fraude, tem governado a Venezuela durante a pior crise econômica de sua história, com a inflação prevista a chegar a 10 milhões por cento este ano.

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