Por Robin Emmott
BRUXELAS (Reuters) - O crítico do Kremlin Alexei Navalny, que está preso, recebeu nesta quarta-feira o prêmio anual de direitos humanos do Parlamento Europeu por seus esforços em desafiar o controle do presidente russo Vladimir Putin.
Navalny, de 45 anos, que foi envenenado em agosto de 2020 com o que o Ocidente disse ter sido um agente nervoso, cumpre uma sentença de 2 anos e meio por violações da liberdade condicional, que ele chama de forjada. A União Europeia (UE) impôs sanções aos oficiais russos pelo envenenamento e prisão de Navalny.
"Ele lutou incansavelmente contra a corrupção do regime de Vladimir Putin. Isso custou-lhe a liberdade e quase a vida. O prêmio de hoje reconhece sua imensa bravura e reiteramos nosso apelo por sua libertação imediata", disse o Parlamento Europeu no Twitter, anunciando Navalny como vencedor.
A Rússia nega qualquer irregularidade e acusa a UE de interferir em seus assuntos internos, além de negar as acusações ocidentais de que Navalny teria sido preso por suas atividades políticas, acrescentando que ele foi punido por infringir a lei.
Entre os vencedores do Prêmio Sakharov de Liberdade de Pensamento, em homenagem ao dissidente soviético Andrei Sakharov, estão o ex-presidente sul-africano Nelson Mandela, a oposição democrática da Venezuela e a ativista paquistanesa pela educação de mulheres Malala Yousafzai.
O prêmio tem o valor de 50 mil euros.
A equipe de Navalny escreveu no Telegram: "Putin chama Navalny de blogueiro criminoso, mas ele está sozinho nisso. Alexei Navalny é um político que luta por justiça, apesar de todas as ameaças e tentativas de assassinato."
"E temos certeza de que Putin não gostou de saber disso", acrescentou a equipe.
(Reportagem adicional de Gabrielle Tetrault-Farber em Moscou)