Por Miguel Gutierrez
BUENOS AIRES (Reuters) - O grupo de direitos humanos argentino Avós da Praça de Maio divulgou nesta quinta-feira a identidade do filho de um casal desaparecido durante a brutal ditadura militar do país, que aconteceu entre 1976 e 1983.
Com a descoberta, a organização, que trabalha para identificar filhos de dissidentes que mortos pelo governo argentino e reconectá-los com parentes, diz que já identificou cerca de 130 filhos e filhas que foram separados de seus pais.
Grupos de direitos humanos estimam que cerca de 30 mil pessoas tenham sido mortas pelo governo militar, muitas delas torturadas antes. A maioria estudantes, líderes sindicais e dissidentes assassinados devido a preferências políticas.
Em alguns casos, filhos dos assassinados foram colocados para adoção e nunca foram informados sobre os pais biológicos.
Javier Matías Darroux Mijalchuk, que nasceu em 1977, disse a jornalistas nesta quinta-feira que sabia que era adotado, mas não quem eram seus pais ou quais as circunstâncias de sua adoção, já que ele tinha apenas meses de idade quando seus pais biológicos foram levados por forças do governo.
Embora tenha dito que se sentia confortável com sua família adotiva, ele começou a suspeitar já adulto de que poderia ser um filho de dissidentes desaparecidos. Isso o levou a buscar o grupo das Avós da Praça de Maio, cujos membros confirmaram sua suspeita.
"Recuperar a minha identidade é para mim um tributo aos meus pais", disse Darroux Mijalchuk em entrevista coletiva.
(Reportagem de Miguel Lo Bianco)