Por Ari Rabinovitch
JERUSALÉM (Reuters) - Palestinos atearam fogo a um santuário judeu na Cisjordânia ocupada, e um agressor disfarçado de jornalista esfaqueou um soldado israelense nesta sexta-feira, enquanto se mantêm altas as tensões na região após duas semanas de violência.
Pouco depois do ataque incendiário contra a tumba de José, um dos patriarcas bíblicos, manifestantes palestinos jogaram pedras através da fronteira da Faixa de Gaza e as forças de Israel revidaram com tiros, matando duas pessoas e ferindo diversas outras na multidão, disseram autoridades médicas palestinas.
O pior surto de derramamento de sangue dos últimos meses já deixou ao menos 37 palestinos mortos, incluindo agressores e crianças em ataques e enfrentamentos, e sete israelenses morreram em esfaqueamentos e outros ataques contra ônibus e nas ruas.
A mais recente onda de violência foi parcialmente alimentada pela revolta de palestinos no que veem como uma crescente intrusão de judeus no complexo da mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém, um local sagrado tanto para muçulmanos como para judeus.
Os militares israelenses disseram que cerca de 100 pessoas se reuniram na tumba de José, na cidade palestina de Nablus e atearam fogo a partes do local antes de as forças de segurança palestinas chegarem para afastá-los.
O presidente palestino, Mahmoud Abbas, condenou o ataque ao templo, venerado há séculos por judeus, samaritanos, cristãos e muçulmanos, e ordenou a realização de reparos e a abertura de uma investigação.
O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que está pronto para se encontrar com Abbas para ajudar a restaurar a calma.
Ressaltando a preocupação internacional, o Conselho de Segurança da ONU disse que iria conduzir uma reunião especial para discutir a situação, e o secretário de Estado dos EUA, John Kerry, tem um encontro marcado com Netanyahu na Alemanha na próxima semana, disse o embaixador de Israel em Washington.