Palestinos entregam documentos à ONU para aderir a corte de crimes de guerra

Publicado 02.01.2015, 17:07
Atualizado 02.01.2015, 17:10
© Reuters. Manifestante palestino exibe bandeira palestina ao lado de soldado de Israel

Por Louis Charbonneau

NAÇÕES UNIDAS (Reuters) - Em um movimento que deve irritar Israel e Estados Unidos, os palestinos entregaram nesta sexta-feira documentos na sede da Organização das Nações Unidas para aderir ao Estatuto de Roma do Tribunal Penal Internacional e a mais de uma dezena de outros tratados internacionais.

O observador-chefe palestino, Riyad Mansour, e o porta-voz da ONU, Farhan Haq, confirmaram a entrega. A medida é um passo que deverá exacerbar ainda mais as tensões entre Israel e os palestinos e deve levar a reduções da ajuda dos EUA ou ainda a sanções norte-americanas.

"Esse é um passo muito significativo", disse Mansour a jornalistas. "É uma opção que estamos seguindo para buscar justiça para todas as vítimas que foram mortas por Israel, o poder ocupante."

A assessoria de imprensa da ONU divulgou um comunicado no qual dizia que os palestinos entregaram a documentação para aderir a 16 tratados internacionais. "Os documentos estão sendo revisados para se determinar quais serão os próximos passos apropriados", disse.

De acordo com o Estatuto de Roma, os palestinos vão se tornar uma das partes do tribunal no primeiro dia do mês após um período de 60 dias de espera depois da entrega dos documentos assinados e ratificados de adesão à ONU em Nova York.

O movimento abre caminho para o tribunal obter jurisdição sobre os crimes cometidos em territórios palestinos e investigar a conduta de líderes israelenses e palestinos ao longo de mais de uma década de conflito sangrento. Nem Israel nem os EUA fazem parte do TPI.

Segundo Mansour, os palestinos também entraram com um pedido formal de jurisdição retroativa do TPI "com relação aos crimes cometidos durante a última guerra em Gaza". Ele se referia à guerra de 50 dias de Israel contra militantes do Hamas na Faixa de Gaza.

Mais de 2.100 palestinos, 67 soldados israelenses e seis civis em Israel foram mortos na guerra de julho-agosto.

Em relação à ameaça de possíveis sanções norte-americanas ou cortes de ajuda por se juntar ao TPI, Mansour disse: "É realmente intrigante quando você busca justiça por meio de uma abordagem legal e é punido por isso."

© Reuters. Manifestante palestino exibe bandeira palestina ao lado de soldado de Israel

Os EUA disseram que o ato palestino era profundamente preocupante e que não contribuía para os esforços de paz na região.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse que as ações de Abbas vão expor os palestinos a acusações de apoio ao que ele chamou de grupo terrorista islâmico Hamas e prometeu medidas para repelir quaisquer medidas potenciais contra Israel.

(Reportagem adicional de Lesley Wroughton, em Washington)

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