CIDADE DO PANAMÁ (Reuters) - A procuradoria-geral do Panamá realizou uma operação de busca e apreensão no escritório de advocacia Mossack Fonseca, na noite de terça-feira, para tentar encontrar indícios de atividades ilegais, disseram autoridades em comunicado.
A firma sediada no Panamá está no centro do escândalo de vazamento dos "Panama Papers", que causou constrangimento a vários líderes mundiais e colocou em destaque o mundo obscuro das empresas offshore.
Em um comunicado anterior, a polícia nacional disse que procurava documentação que "estabeleceria o possível uso do escritório para atividades ilícitas". A empresa Mossack Fonseca está sendo acusada de evasão fiscal e fraude.
Policiais e viaturas começaram a se reunir nos arredores do edifício do escritório de tarde sob o comando do promotor Javier Caravallo, que é especializado em crime organizado e lavagem de dinheiro.
A Mossack Fonseca, especializada na criação de empresas offshore, não respondeu aos pedidos de comentário na terça-feira.
Mais cedo, o sócio fundador Ramón Fonseca afirmou que o escritório de advocacia não violou nenhuma lei, não destruiu quaisquer documentos e que todas as suas operações são legais.
Governos do mundo inteiro começaram a investigar possíveis delitos financeiros dos ricos e poderosos após o vazamento de mais de 11,5 milhões de documentos, apelidados de "Panama Papers", do escritório de advocacia, referentes a um período de quatro décadas.
Os papéis revelaram arranjos financeiros de figuras proeminentes, como amigos do presidente da Rússia, Vladimir Putin, parentes dos primeiros-ministros da Grã-Bretanha e do Paquistão e do presidente chinês, Xi Jinping, e do presidente da Ucrânia.
O Brasil também está entre os vários países com autoridades envolvidas nos vazamentos.
Os documentos obtidos apontam que o escritório do Panamá Mossack Fonseca criou ou gerenciou cerca de 100 empresas offshore para ao menos 57 indivíduos ou empresas já relacionados ao esquema de corrupção na Petrobras (SA:PETR4) investigado pela operação Lava Jato.
(Por Elida Moreno)