HAVANA (Reuters) - O papa Francisco aterrisou em Havana neste sábado para dar início a uma viagem por Cuba e pelos Estados Unidos, onde avaliará os benefícios e as complexidades da crescente aproximação diplomática entre os rivais da Guerra Fria que ele ajudou a promover.
Mais familiarizado com a questão do que seus predecessores devido a suas raízes latinoamericanas, o pontífice argentino de 78 anos contribuiu para abrir um canal para negociações e enviou missivas aos presidentes Raul Castro e Barack Obama em 2014.
Esses esforços renderam frutos com o reestabelecimento neste ano de laços diplomáticos e com o alívio de algumas restrições de viagem e comércio, embora um embargo econômico de meio século de idade ainda esteja em vigor, removível somente pelo Congresso dos Estados Unidos.
"O papa fez tanto, como um estadista discreto, para realizar esta reaproximação", disse o padre e intelectual brasileiro Frei Betto, que há tempos é próximo da liderança cubana, a jornalistas em Havana. "Ele lidou com isso de forma muito hábil".
Muitos daqueles que se preparavam para cumprimentar Francisco, após sua chegada de um voo de quase 12 horas de Roma, carregavam cartazes com os escritos: "Missionário da misericórdia, bem-vindo a Cuba!"