Por Philip Pullella
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco se reuniu de forma separada nesta quarta-feira com parentes de reféns israelenses mantidos pelo Hamas e palestinos com familiares em Gaza e afirmou que o conflito foi além da guerra e se tornou "terrorismo".
Em comentários improvisados durante sua audiência geral na Praça de São Pedro, logo após os encontros em sua residência, Francisco disse que ouviu diretamente como "ambos os lados estão sofrendo" no conflito.
"É isso que as guerras fazem. Mas aqui nós fomos além das guerras. Isso não é guerra. Isso é terrorismo", disse ele.
O papa pediu orações para que ambos os lados "não sigam em frente com paixões que, no final, matam todo mundo".
Um grupo de palestinos na plateia segurava fotos de corpos enrolados em panos brancos e um cartaz dizendo "a Nakba continua".
Nakba é a palavra árabe para catástrofe e se refere ao deslocamento e à desapropriação de palestinos na guerra de 1948 que cercou a fundação de Israel.
Os encontros e os comentários do papa ocorreram horas depois que Israel e Hamas concordaram com um cessar-fogo em Gaza por pelo menos quatro dias para permitir a entrada de ajuda e a libertação de cerca de 50 reféns capturados por militantes em troca de pelo menos 150 palestinos presos em Israel.
Israel tem colocado Gaza sob cerco e bombardeio incessante desde que os militantes do Hamas atacaram cidades do sul do território israelense em 7 de outubro, matando 1.200 pessoas, a maioria civis, e fazendo cerca de 240 reféns, de acordo com os registros israelenses.
Desde então, mais de 14.000 habitantes de Gaza foram mortos, cerca de 40% deles crianças, de acordo com autoridades médicas no território governado pelo Hamas, números considerados confiáveis pela Organização das Nações Unidas (ONU).