CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O Papa Francisco disse entender que pode ser alvo de um ataque, mas reforçou que continuará viajando sem veículos a prova de balas ou segurança pesada porque quer ficar próximo das pessoas.
Ao contrário de seus antecessores, que usavam papamóveis a prova de balas ou limousines, Francisco usa carros comuns em viagens internacionais, normalmente contrastando com os líderes que o cumprimentam.
"Estou ciente dos riscos envolvidos", disse o pontífice na introdução do novo livro do autor italiano Andrea Tornielli. "Talvez eu seja imprudente, mas devo dizer que eu não temo por mim, mas estou sempre preocupado com a segurança daqueles que viajam comigo e acima de tudo das pessoas que eu encontro em vários países. Sempre há um risco de um gesto mais duro por um louco. Mas o Senhor está sempre lá", afirmou.
O livro, intitulado "Viajando", é sobre as 17 viagens a mais de 25 países fora da Itália que Francisco fez desde que se tornou papa, em 2013. Neste ano, ele deve fazer pelo menos duas viagens internacionais, uma a Portugal e outra à Índia e Bangladesh.
No Brasil em 2013, seu pequeno carro ficou inundado após o motorista fazer uma entrada errada. "Eu entendo completamente as necessidades de segurança e sou grato (às forças de segurança) mas um bispo é um pastor, um padre, e não podem haver muitas barreiras entre ele e o povo", disse. "Por causa disso, eu disse desde o início que eu viajaria apenas se pudesse ter o contato com a as pessoas."
Nos últimos dois anos, a polícia italiana têm aumentado notavelmente a segurança nas áreas ao redor do Vaticano, Estado soberano no meio de Roma, após ataques de extremistas islâmicos na Europa.
No entanto, Francisco ainda usa seu Ford Focus azul quando visita paróquias em Roma e insiste em uma segurança leve e discreta.
(Por Philip Pullella)