Por Joshua McElwee
CIDADE DO VATICANO (Reuters) - O papa Francisco criticou nesta segunda-feira o que chamou de "incapacidade vergonhosa" da comunidade internacional de acabar com a guerra no Oriente Médio, um ano após o devastador ataque do grupo palestino Hamas a Israel.
"Há um ano, o estopim do ódio foi aceso; ele não cuspiu, mas explodiu em uma espiral de violência", disse ele em uma carta aberta aos católicos da região.
"Parece que poucas pessoas se preocupam com o que é mais necessário e o que é mais desejado: diálogo e paz", escreveu ele. "A violência nunca traz a paz. A história prova isso, mas anos e anos de conflitos parecem não ter nos ensinado nada."
Francisco, que também transformou a segunda-feira em um dia de jejum e orações pela paz para os católicos em todo o mundo, tem falado mais abertamente nas últimas semanas sobre o conflito entre Hamas e Israel e se tornado mais vocal em suas críticas à campanha militar israelense.
Em 29 de setembro, o pontífice de 87 anos criticou os ataques aéreos israelenses no Líbano que mataram o líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, bem como civis, sugerindo que os ataques aéreos foram "além da moralidade".
No mesmo mês, o papa chamou as ações de Israel no Líbano de "inaceitáveis" e pediu à comunidade internacional que faça todo o possível para interromper os combates.
Na carta desta segunda-feira, Francisco se dirigiu diretamente aos habitantes de Gaza: "Estou com vocês, o povo de Gaza, há muito tempo em apuros e em situação difícil. Vocês estão em meus pensamentos e orações diariamente", escreveu ele.
"Estou com vocês, que foram forçados a deixar suas casas, a abandonar a escola e o trabalho e a encontrar um local de refúgio contra os bombardeios. Estou com vocês, que têm medo de olhar para cima por medo de que chova fogo dos céus", disse ele.