ASSUNÇÃO (Reuters) - O papa Francisco pediu nesta sexta-feira aos paraguaios para trabalhar para consolidar uma democracia que respeite os direitos humanos e defendeu o fim da corrupção e do tráfico de drogas, na última etapa de uma viagem repleta de mensagens em favor dos pobres.
"Encorajo-os a continuar trabalhando com todas as suas forças para consolidar as estruturas e instituições democráticas que deem resposta às aspirações justas dos cidadãos", disse o papa em um discurso na sede do governo paraguaio, onde teve uma reunião com o presidente Horacio Cartes.
"A forma de governo adotada na sua Constituição: 'democracia representativa, participativa e pluralista', com base na promoção e respeito dos direitos humanos", acrescentou.
O papa Francisco chegou nesta sexta-feira ao Paraguai, desatando o fervor de milhares de fiéis no país com a maior porcentagem de católicos do continente, onde encerrará um giro pela América do Sul no qual saiu em defesa dos mais marginalizados e do meio ambiente.
No Paraguai, o papa Francisco pediu "que não haja mais vítimas da violência, corrupção e narcotráfico".
Depois da visita ao Equador e à Bolívia, o pontífice pousou seu avião sob a chuva de Assunção para ser recebido pelo presidente Cartes e escutar um coro infantil do hino paraguaio em guarani.
Francisco partiu em um "papamóvel" com detalhes em ñandutí - um típico tecido artesanal - para percorrer as ruas da capital adornadas com a bandeira nacional e a do Vaticano, além de cartazes de boas vindas.
No Paraguai, uma nação que chegou a ter um ex-bispo como presidente e onde a Igreja mantém uma forte influência, o papa planeja celebrar duas missas, reunir-se com o presidente, com a sociedade civil e minorias, visitar um hospital e falar com a juventude.
"O povo paraguaio é muito católico e espera do papa uma mensagem de força para poder superar os problemas que temos", disse Rubén Maneglia, um bancário de 48 anos que guiava os voluntários para formar um cordão nas cercanias do aeroporto.
Em seu trajeto até a cidade, Francisco passou pela prisão de mulheres de Buen Pastor - um ex-convento que abriga quase 500 internas.
(Por Daniela Desantis e Mariel Cristaldo)