Por Philip Pullella
ROMA (Reuters) - O papa Francisco, dizendo querer servir aos mais desfavorecidos da sociedade, realizou a cerimônia de lava-pés de Quinta-feira Santa em um presídio de Roma, lavando e beijando os pés de 12 detentos homens e mulheres.
Pelo terceiro ano consecutivo, Francisco não realizou a cerimônia tradicional em uma basílica, preferindo encontrar-se com pessoas marginalizadas na sociedade e incluindo mulheres.
Seus antecessores haviam incluído apenas homens na cerimônia, que comemora um gesto de humildade feito por Jesus, que lavou os pés de seus apóstolos na noite anterior a sua morte.
Antes de Francisco, o rito havia sido sempre celebrado no Vaticano ou na Basílica de São João de Latrão, em Roma. Mas Francisco, mantendo uma tradição iniciada por ele ao se tornar arcebispo de Buenos Aires, prefere realizar a cerimônia em bairros pobres de Roma, com pessoas comuns.
O pontífice se ajoelhou ante seis presos e seis presas, derramou água sobre o pé direito de cada um dos detentos, os secou com uma toalha e os beijou. Uma das presas, uma africana com os olhos marejados, carregava seu bebê no colo, e o papa também lavou o pé da criança.
A decisão de Francisco de incluir na cerimônia mulheres e até mesmo não cristãos – uma muçulmana estava no grupo há dois anos, em uma prisão juvenil – causou desconforto entre católicos conservadores.
Um dos auxiliares de altar na missa celebrada pelo papa na capela da prisão Rebibbia, na periferia de Roma, era um homem condenado por múltiplos homicídios, de acordo com o canal oficial do bispado católico italiano, o SAT 2000.
Entre os 12 detentos escolhidos para representar os 2.100 internos estava um brasileiro, além de cidadãos de Itália, Nigéria, Congo e Equador.