Por Katharine Houreld
ISLAMABAD (Reuters) - O Paquistão enforcou 12 condenados nesta terça-feira, informou o Ministério do Interior, em meio a uma polêmica crescente devido aos planos para a execução de um homem cujos advogados dizem que tinha 14 anos quando foi torturado para confessar o assassinato de uma criança.
Os enforcamentos desde terça-feira, incluindo um homem cujo advogados disseram que tinha 16 anos quando foi preso, representam o maior número de pessoas executadas no mesmo dia desde que uma moratória não oficial sobre punição capital foi levantada em dezembro.
A sentença de morte não pode ser usada contra um réu com idade inferior a 18 anos quando o crime foi cometido. Depoimentos obtidos por tortura são inadmissíveis. O Paquistão disse que a idade dos jovens cujos advogados dizem que eram menores de idade é incerta.
O primeiro-ministro, Nawaz Sharif, levantou a moratória em 17 de dezembro, um dia após paquistaneses talibans armados atacarem uma escola e matarem 134 alunos e 19 adultos. As mortes colocaram pressão no governo para fazer mais para impedir a insurgência islâmica.
Até o momento, 39 pessoas foram enforcadas desde dezembro. Mais de 40 estão agendadas para enforcamento na próxima semana, disse um porta-voz do Ministério do Interior.
Existem mais de 8 mil paquistaneses no corredor da morte.
Shafqat Hussain está entre os que esperam execução. Advogados afirmam que Hussain tinha 14 anos quando foi preso, 10 anos atrás, pelo sequestro e assassinato de uma criança, e que sua condenação foi baseada na confissão extraída após nove anos de tortura.
O ministro do Interior, Chaudhry Nisar Ali Khan, prometeu uma investigação sobre a idade do homem, mas os advogados de Hussain dizem que não receberam contato, assim como a família. A execução de Shafqat Hussain está agendada para quinta-feira.