Por Syed Raza Hassan
KARACHI, Paquistão (Reuters) - O Paquistão rejeitou críticas dos Estados Unidos a seus esforços de combate ao terrorismo, dizendo que não será um bode expiatório da incapacidade dos militares norte-americanos de vencer a guerra no Afeganistão.
O presidente dos EUA, Donald Trump, revelou sua política para o Afeganistão na segunda-feira, intensificando a campanha militar contra os insurgentes do Taliban e apontando ao Paquistão por abrigá-los.
Mais tarde autoridades dos EUA alertaram que a ajuda a Islamabad pode ser cortada e Washington pode diminuir o status do nuclearizado Paquistão como grande aliado não pertencente à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para pressioná-lo a fazer mais para ajudar a encerrar a guerra mais longa dos EUA.
O poderoso chefe militar do Paquistão, general Qamar Javed Bajwa, se encontrou com o embaixador norte-americano, David Hale, nesta quarta-feira e lhe disse que seu país está trabalhando ativamente pela paz no Afeganistão.
"Fizemos muito... e continuaremos fazendo nosso melhor, não para apaziguar ninguém, mas de acordo com o interesse nacional e a política nacional", disse Bajwa a Hale, segundo um comunicado do Exército à imprensa.
O ministro das Relações Exteriores paquistanês, Khawaja Asif, se somou ao coro de indignação com as críticas dos EUA, reiterando que o Paquistão não acolhe militantes.
"Eles não deveriam tornar o Paquistão um bode expiatório de seus fracassos no Afeganistão", disse Asif em uma entrevista à Geo TV no final da terça-feira.