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Parlamentar russo sugere sequestrar ministro da Defesa da Otan na Ucrânia

Publicado 31.05.2022, 08:40
© Reuters. Bandeiras do lado de fora da sede da Otan em Bruxelas
21/10/2021 REUTERS/Pascal Rossignol

Por Guy Faulconbridge

LONDRES (Reuters) - Um parlamentar russo sugeriu o sequestro de um ministro da Defesa da aliança militar ocidental Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) na Ucrânia e levá-lo a Moscou para ser interrogado sobre quais "ordens" o Ocidente tem dado a Kiev.

Oleg Morozov, eleito pela primeira vez para o Parlamento russo em 1993 e membro do partido governista Rússia Unida, disse que o fornecimento de armas ocidentais à Ucrânia representava uma ameaça direta à Rússia e poderia exigir que Moscou revisasse seus objetivos militares.

"Sabe, talvez seja uma trama fantástica que eu tenha elaborado... que num futuro próximo, em algum momento, um ministro de guerra de algum país da Otan irá de trem para Kiev para conversar com (o presidente ucraniano Volodymyr) Zelenskiy", disse Morozov ao programa "60 Minutos" na TV estatal Rossiya-1, no final da segunda-feira.

"Mas ele não chegaria lá. E acordaria em algum lugar em Moscou", disse Morozov.

"Você quer dizer que os raptaríamos?" A apresentadora de TV Olga Skabeyeva, uma das jornalistas mais pró-Kremlin da televisão, perguntou com um sorriso.

"Sim. E então resolveríamos quem deu qual ordem para quê, quem é responsável pelo quê exatamente", disse Morozov. "Não é um quadro tão mítico... Há novas regras no mundo agora. Que todos aqueles ministros de guerra reunidos em Kiev pensem um pouco sobre como seria acordar em Moscou."

Nem Morozov nem Skabeyeva foram encontrados para comentar.

Uma sucessão de políticos ocidentais visitaram Kiev para mostrar solidariedade à Ucrânia --incluindo o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, que viajou para lá em abril com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken.

© Reuters. Bandeiras do lado de fora da sede da Otan em Bruxelas
21/10/2021 REUTERS/Pascal Rossignol

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, iniciou a guerra que já dura 97 dias como uma "operação militar especial" para desarmar a Ucrânia e deter o que ele vê como a perseguição dos falantes de russo por parte dos ultra-nacionalistas ucranianos. Ele também acusa os Estados Unidos de utilizar a Ucrânia para ameaçar a Rússia através da ampliação da Otan.

A Ucrânia e seus apoiadores ocidentais dizem que a Rússia está travando uma guerra não provocada contra um Estado soberano que está lutando por sua existência.

A Rússia tem advertido repetidamente o Ocidente de que o fornecimento de armas avançadas à Ucrânia corre o risco de escalar a guerra. A Ucrânia pediu ao Ocidente que enviasse mais armas de longo alcance.

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