Por Julia Edwards Ainsley
WASHINGTON (Reuters) - Parlamentares republicanos importantes reagiram nesta terça-feira em defesa de Jeff Sessions, enquanto aliados do secretário de Justiça dos Estados Unidos disseram que o presidente Donald Trump aparentava estar tentando pressioná-lo para sair ao criticá-lo repetidamente no Twitter e em entrevistas.
Trump disse novamente ter ficado frustrado que Sessions se afastou da investigação federal sobre possível conluio entre a campanha presidencial de 2016 de Trump e a Rússia e disse que não teria lhe chamado para o cargo caso soubesse que ele tomaria tal ação. Trump não chegou a dizer se irá demiti-lo.
Dois aliados de Sessions disseram à Reuters que os ataques públicos de Trump foram além de um presidente simplesmente expressando frustração, mas foram parte de uma campanha deliberada para encorajar o secretário de Justiça a renunciar.
Eles disseram que Trump estava relutante em demitir Sessions após a demissão do diretor do FBI James Comey produzir efeitos negativos e levar à nomeação de um conselheiro especial independente, Robert Mueller, cuja investigação de amplo alcance sobre contatos entre assessores de Trump e autoridades russas criou uma grande sombra sobre a Presidência de Trump.
O Kremlin diz não ter interferido na eleição e Trump negou qualquer conluio.
Perguntado sobre o futuro de Sessions, Trump disse em entrevista coletiva nesta terça-feira: “O tempo irá dizer. O tempo irá dizer”.
Os dois aliados de Sessions disseram que o secretário de Justiça, que foi o primeiro senador republicano a apoiar a campanha presidencial de Trump, ficou profundamente ofendido pelas críticas públicas de seu chefe, mas que sua decisão de continuar é forte.
Não está claro, no entanto, se isto será possível a longo prazo caso a relação de Sessions com o presidente se rompa irremediavelmente.
Enquanto assessores de Trump e da Casa Branca intensificavam seus ataques a Sessions nesta terça-feira, parlamentares republicanos, atordoados com o fato de um presidente criticar um membro de seu próprio gabinete, o apoiavam fortemente.
O líder da maioria do Senado, Mitch McConnell, o principal republicano na Casa, disse que Sessions "está fazendo um bom trabalho e tomou a decisão certa ao se afastar da questão da Rússia".