Por Patricia Zengerle
WASHINGTON (Reuters) - O Congresso dos Estados Unidos divulgou nesta sexta-feira uma seção do relatório sobre os ataques de 11 de setembro de 2001 que permaneceu confidencial durante muito tempo e que debate os elos em potencial entre alguns dos sequestradores dos aviões e a Arábia Saudita, mas disse que os laços não foram verificados de forma independente.
As 28 páginas do documento sobre uma investigação de 2002 se concentram nas possíveis conexões sauditas com os ataques aéreos de um ano antes contra os EUA, nos quais quase 3 mil pessoas morreram.
Elas foram liberadas pelo Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados depois de anos de desavenças em Washington entre o Congresso e diferentes governos, tanto republicanos quanto democratas, e de pressões de familiares dos mortos.
A divulgação das páginas antes confidenciais não deve pôr fim à polêmica sobre o papel de Riad, um parceiro importante dos EUA no Oriente Médio. Muitas autoridades norte-americanas que se opunham à divulgação temem que ela prejudique as relações diplomáticas entre os países.
Quinze dos 19 sequestradores eram cidadãos sauditas.
"De acordo com vários documentos do FBI e memorandos da Agência Central de Inteligência dos EUA (CIA), alguns dos sequestradores do 11 de setembro, enquanto estavam nos Estados Unidos, aparentemente tiveram contato com indivíduos que podem estar conectados com o governo saudita", informou o relatório, catalogando os supostos elos.
Entre eles há relatos de contatos entre sauditas na Califórnia e um comunicado de que um homem que supostamente trabalhava no Ministério do Interior saudita se hospedou no mesmo hotel da Virgínia que um dos sequestradores em setembro de 2001.
O embaixador da Arábia Saudita nos EUA, Abdullah al-Saud, disse que seu país saudou a divulgação e que espera que a divulgação dessas páginas "esclareça dúvidas ou suspeitas" sobre as ações sauditas.
(Reportagem adicional de Roberta Rampton, Amanda Becker e Yara Bayoumy)