VARSÓVIA (Reuters) - Os partidos de oposição da Polônia estão rejeitando as tentativas do primeiro-ministro Mateusz Morawiecki em tentar formar um governo de coalizão após as eleições do mês passado, disseram parlamentares nesta quarta-feira, arruinando as já escassas chances dos governistas permanecerem no poder.
O partido governista Lei e Justiça (PiS) ficou em primeiro lugar na eleição de 15 de outubro, mas não conseguiu uma maioria absoluta. O presidente Andrzej Duda, um aliado do PiS, forneceu ao grupo a primeira chance de formar um novo governo.
Morawiecki pediu a outros partidos que se unam ao PiS para formar uma ampla "Coalizão para Assuntos Poloneses" e prometeu implementar suas propostas políticas. Os parlamentares da oposição disseram ter recebido cartas para participar das negociações da coalizão, mas o apelo de Morawiecki não tem ganhado força.
"Estou surpreso porque já disse publicamente ao primeiro-ministro muitas vezes que essa farsa é desnecessária, que está prolongando desnecessariamente a agonia desse governo", disse Marek Sawicki, parlamentar do Partido dos Camponeses Poloneses (PSL), de centro-direita, segundo a agência de notícias estatal PAP.
O PSL disputou a eleição como parte de um grupo chamado Terceira Via, que concordou em formar um governo de coalizão pró-europeu com a Nova Esquerda e o liberal Coalizão Cívica (KO). Juntos, esses três partidos podem comandar uma maioria na câmara baixa.
O único partido remanescente no Parlamento é o grupo de extrema-direita Confederação, que havia sido cotado antes da eleição como aliado do PiS. Mas o resultado abaixo do esperado significou que mesmo esse apoio não daria aos governistas uma maioria.
Se Morawiecki não conseguir obter uma maioria, o Parlamento nomeará outro governo. A coalizão Terceira Via, que se prepara para assumir o poder, escolheu o líder do KO, Donald Tusk, como seu candidato a primeiro-ministro.
(Por Alan Charlish)