Por Philip Pullella e Michael Georgy
MOSUL, Iraque (Reuters) - Moradores muçulmanos e cristãos na devastada cidade de Mosul, no Iraque, contaram sobre suas vidas sob o governo brutal do Estado Islâmico ao Papa Francisco neste domingo, que abençoou os seus votos de renascer das cinzas e disse a eles que “fraternidade é mais durável que o fratricídio”.
Francisco, em uma histórica primeira visita de um papa ao Iraque, foi à cidade no norte do país para encorajar a cura de feridas sectárias e rezar pelos mortos de todas as religiões.
O papa de 84 anos viu ruínas de casas e igrejas em uma praça que era o coração da cidade antes de Mosul ser ocupada pelo Estado Islâmico entre 2014 e 2017. Ele se sentou cercado por esqueletos de prédios, escadas de concreto penduradas e crateras em igrejas antigas, a maioria perigosa demais para entrar.
“Juntos, dizemos não ao fundamentalismo. Não ao sectarismo e não à corrupção”, afirmou o arcebispo de Mosul, Nojeeb Michaeel, ao papa.
Grande parte da antiga cidade foi destruída em 2017 durante uma batalha sangrenta entre forças iraquianas e a coalizão internacional para expulsar o Estado Islâmico.
Francisco, que voou para Mosul de helicóptero, estava visivelmente emocionado pela devastação que se assemelhava à de um terremoto. Ele rezou por todos os mortos da cidade.
“Como é cruel que este país, o berço da civilização, tenha sido afligido por um golpe tão bárbaro, com antigos locais de culto destruídos e milhares de pessoas - muçulmanos, cristãos, yazidis e outros - deslocados à força ou mortos”, disse.
“Nós, no entanto, reafirmamos hoje nossa convicção de que a fraternidade é mais durável que o fratricídio, a esperança é mais poderosa do que o ódio, a paz é mais poderosa que a guerra”.