WASHINGTON (Reuters) - Uma investigação sobre como laboratórios do Departamento de Defesa norte-americano enviaram esporos vivos de antraz para pesquisadores nos Estados Unidos, e até mesmo para outros sete países, não encontrou uma única causa principal, mas concluiu que os protocolos para desativar a bactéria foram falhos, anunciou o Pentágono nesta quinta-feira.
Um relatório de 38 páginas sobre a descoberta do envio de antraz vivo apontou que em quatro locais funcionários do departamento responsáveis por esterilizar as amostras haviam seguido seus próprios protocolos corretamente.
Mas os protocolos eram diferentes de laboratório a laboratório, e em um deles, o Dugway Proving Ground, em Utah, as doses de radiação falharam em esterilizar os esporos de antraz, e testes feitos subsequentemente não conseguiram detectar os esporos vivos, disse o relatório.
Quatro instalações do Departamento de Defesa enviaram antraz inativo para laboratórios de pesquisa nos EUA e no exterior para ajudar a desenvolver contramedidas médicas que possam ser utilizadas para proteger soldados, caso o adversário utilize antraz como arma biológica.
O carregamento inadvertido de esporos vivos veio à tona em 22 de maio, quando uma companhia privada notificou o Centro para Controle e Prevenção de Doenças que alguns dos esporos desativados estavam vivos.
A investigação descobriu que 86 instalações nos EUA e em países como Coreia do Sul, Japão, Austrália, Canadá e Grã-Bretanha receberam esporos vivos de amostras originadas em Dugway, instalação com um maior volume de antraz inativo.
(Reportagem de David Alexander)