LIMA (Reuters) - Favorita nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial do Peru, Keiko Fujimori assinou um termo de compromisso no domingo, durante um debate, no qual prometeu evitar a postura autoritária de seu pai, em um apelo final aos eleitores indecisos antes da votação da semana que vem.
Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, vem mantendo há bastante tempo uma dianteira de dois dígitos sobre seus nove adversários, mas não se espera que ela conquiste a maioria simples necessária para evitar um segundo turno.
A candidata de centro-direita, de 40 anos, vem lutando para apaziguar os temores de que ressuscitaria o governo de seu pai, que cumpre uma pena de 25 anos de prisão por abuso de direitos humanos e corrupção.
"Sei como encarar a história de meu país. Sei que capítulos deveriam ser repetidos e vejo com muita clareza quais não deveriam", afirmou Keiko durante sua fala de encerramento no debate. "Nunca mais outro 5 de abril!", disse Keiko, referindo-se ao dia em que seu pai fechou o Congresso e interveio nos tribunais com apoio dos militares 24 anos atrás.
O documento que ela assinou a compromete a respeitar os direitos humanos, a liberdade de imprensa e as instituições democráticas, que seu pai enfraqueceu à medida que consolidava seu poder.
Keiko também prometeu dar à oposição o controle dos comitês de Supervisão e Inteligência no Congresso e reiterou a promessa de providenciar indenizações às dezenas de mulheres que foram esterilizadas à força durante o governo de seu pai, entre os anos 1990 e 2000.
Críticos repudiaram o compromisso, que viram como uma manobra cínica para obter votos. "A mesma máfia, a mesma fala macia", disse o coletivo Não a Keiko no Twitter.
Parece cada vez mais provável que Keiko irá enfrentar a parlamentar Veronika Mendoza em um segundo turno polarizado. Veronika ganhou terreno e está estatisticamente empatada na segunda colocação com Pedro Pablo Kuczynski, uma vez que o apoio ao investidor de 77 anos e favorito dos oposicionistas estacionou, segundo três pesquisas de opinião recentes.
(Por Mitra Taj)