Por Patpicha Tanakasempipat e Panu Wongcha-um
BANGCOC (Reuters) - A polícia da Tailândia usou canhões de água e depois avançou com escudos e cassetetes nesta sexta-feira para tentar dispersar milhares de manifestantes que desafiaram uma proibição a protestos pelo segundo dia e apesar de um alerta do primeiro-ministro, Prayuth Chan-ocha.
Os manifestantes reagiram, alguns com guarda-chuvas, e alguns atiraram garrafas de plástico nos policiais do batalhão de choque.
"Saiam, saiam", bradavam os manifestantes enquanto a polícia empregava os meios mais violentos até agora para deter três meses de protestos que contestam a monarquia do rei Maha Vajiralongkorn e exigem a saída de Prayuth, um ex-governante militar.
"O governo ditatorial está usando a violência para dispersar o movimento do povo", disse Tattep Ruangprapaikitseree, um dos líderes do protesto.
Uma proibição a reuniões de mais de cinco pessoas foi imposta na quinta-feira.
"Emitimos alertas contra atos ilegais", disse o porta-voz da polícia, Yingyot Thepchamnong, aos repórteres. "Depois disso, haverá medidas intensivas no cumprimento da lei."
Um cartaz de protesto dizia "Libertem nossos amigos" – uma referência à prisão de mais de 40 manifestantes, incluindo vários de seus líderes, durante a intensificação da repressão governamental nesta semana.
"Tenho que lutar por meu futuro", disse Pin, universitária de 22 anos que não quis informar o nome completo.
Prayuth assumiu o poder pela primeira vez como chefe do Exército em um golpe de 2014. Críticos dizem que ele orquestrou uma eleição geral no ano passado para se manter no poder como premiê civil. Ele diz que a eleição foi justa.
Os manifestantes também querem uma nova Constituição no lugar da que foi esboçada sob o controle dos militares.
(Reportagem adicional de Chayut Setboonsarng em Bancoc e Michael Shields na Suíça)