Por James Pomfret e Jessie Pang
HONG KONG (Reuters) - O cardeal Joseph Zen, um dos clérigos católicos mais graduados da Ásia, e três outros que ajudaram a administrar um fundo de Hong Kong para manifestantes, agora dissolvido, foram presos sob acusação de "conluio com forças estrangeiras", e mais tarde libertados sob fiança.
Zen, um ex-bispo de Hong Kong de 90 anos, foi interrogado por várias horas nesta quarta-feira na delegacia de Chai Wan, antes de ser libertado sob fiança. Zen saiu sem fazer nenhum comentário à mídia.
A polícia local informou em comunicado que o departamento de segurança nacional da força policial prendeu dois homens e duas mulheres, com idades entre 45 e 90 anos, por "conluio com forças estrangeiras" na terça e quarta-feiras.
Segundo a polícia, eles eram suspeitos de pedir sanções estrangeiras. Todos foram libertados sob fiança com seus passaportes confiscados sob a lei de segurança nacional, disse a polícia.
Uma fonte jurídica familiarizada com o assunto havia dito anteriormente à Reuters que cinco pessoas foram presas em conexão com o caso: Zen; a advogada sênior Margaret Ng; a ativista e cantora pop Denise Ho; a ex-parlamentar Cyd Ho; e o ex-acadêmico Hui Po-keung.
Zen tem sido um defensor das causas democráticas em Hong Kong e na China continental, e se manifestou contra o crescente autoritarismo da China sob o presidente Xi Jinping, incluindo uma lei de segurança nacional imposta por Pequim e a perseguição de alguns católicos romanos na China.
Os cinco eram administradores do “Fundo de Auxílio Humanitário 612”, que ajudou manifestantes que foram presos durante protestos pró-democracia e anti-China em 2019 a pagar taxas jurídicas e médicas.