PARIS (Reuters) - Mais operações da polícia francesa estavam em andamento nesta segunda-feira em reação ao assassinato de um professor cometido por um suposto islamista, disse o ministro do Interior da França, Gérald Darmanin.
O professor de história francês Samuel Paty foi decapitado na sexta-feira diante de sua escola, em Conflans-Sainte-Honorine, nos subúrbios do norte de Paris, por um jovem de 18 anos que subsequentemente foi morto a tiros pela polícia.
O assassinato do professor causou revolta na França, provocando o repúdio do presidente Emmanuel Macron e de partidos políticos.
Darmanin disse que estão em curso cerca de 80 investigações a respeito do discurso de ódio na internet do país e que está analisando se certos grupos da comunidade muçulmana francesa deveriam ou não ser dissolvidos após acusações de incentivo à violência e ao ódio.
"Operações policiais a respeito de dezenas de indivíduos já aconteceram, e outras acontecerão", disse ele à rádio Europe 1.
Uma fonte da polícia disse à Reuters na noite de domingo que a França está se preparando para expulsar 231 estrangeiros presentes em uma lista de vigilância do governo devido a supostas crenças religiosas extremistas. Não ficou claro de imediato se as operações desta segunda-feira têm relação com a decisão.
No início deste mês, Paty mostrou a seus alunos charges do profeta Maomé em uma aula sobre liberdade de expressão, revoltando vários pais muçulmanos. Os muçulmanos acreditam que qualquer representação do profeta é uma blasfêmia.
(Por Sudip Kar-Gupta e Jean-Stephane Brosse)