Por Melanie Burton e Tom Westbrook
MELBOURNE (Reuters) - Um australiano que ateou fogo em um caminhão cheio de bujões de gás no centro de Melbourne e esfaqueou uma pessoa até a morte se inspirou no Estado Islâmico, embora não tenha laços diretos com o grupo, disse a polícia local neste sábado.
A polícia identificou o homem responsável pelo ataque como Hassan Khalif Shire Ali, de 30 anos, nascido na Somália e que disse ter sido radicalizado e inspirado pela máquina de propaganda do grupo militante. Ele levou um tiro da polícia e morreu no hospital.
Autoridades disseram que o passaporte australiano de Shire Ali estava cancelado desde 2015, depois de um relatório da inteligência ter confirmado que ele planejava viajar para a Síria. Mas havia uma avaliação de que, embora tivesse visões radicais, não era uma ameaça à segurança nacional.
Sem dar evidências, o Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade pelo ataque, que ocorreu dois dias antes do Remembrance Day, que celebra o centenário do fim da 1ª Guerra Mundial.
"Eu acho que é justo dizer que ele foi inspirado. Ele foi radicalizado", disse o vice-comissário da Polícia Federal Australiana, Ian McCartney. "Não estamos dizendo que houve contato direto. Estamos dizendo que foi mais uma perspectiva da inspiração."
O primeiro-ministro, Scott Morrison, afirmou que o alerta de terrorismo nacional permanece no nível "provável", o ponto do meio em uma escala de cinco etapas, dizendo a repórteres em Sydney que o islamismo radical é o problema.
"Preciso dar nome aos bois. Islamismo radical, violento e extremista, que se opõe ao nosso estilo de vida. Sou o primeiro a proteger liberdades religiosas neste país, mas isso também significa que tenho de ser o primeiro a chamar isso de extremismo religioso", completou.