Por Kuba Stezycki e Alicja Ptak
VARSÓVIA (Reuters) - Milhares de pessoas protestaram por cidades em toda a Polônia na sexta-feira em um terceiro dia de manifestações contra a proibição quase total do aborto colocada em vigor pelo governo conservador nesta semana.
Em desafio às restrições por conta do coronavírus, centenas se reuniram no centro de Varsóvia, gritando "liberdade, igualdade, aborto sob demanda". Alguns carregavam cartazes que diziam "Tenho medo de morar aqui" e "Proibir o aborto discrimina os pobres".
Os protestos ocorrem após decisão do Tribunal Constitucional, em outubro, de que interromper a gravidez com malformações fetais é inconstitucional, eliminando o caso de aborto legal mais usado no país predominantemente católico.
A determinação entrou em vigor na noite de quarta-feira, quando foi publicada no diário oficial.
De acordo com as novas regras, o aborto só pode ser realizado legalmente em caso de estupro ou incesto e quando a saúde ou a vida da mãe estão em risco, colocando a Polônia fora do contexto europeu. Os médicos que desafiarem a lei podem ser presos.
O país foi palco de semanas de protestos após a decisão do tribunal em 22 de outubro que se transformaram em uma onda de raiva contra o governo nacionalista do partido Lei e Justiça (PiS) e a poderosa Igreja Católica.
(Por Justyna Pawlak)