Por Mirwais Harooni
CABUL (Reuters) - A polícia afegã atirou para o alto nesta quarta-feira para dispersar manifestantes que tentavam subir os muros de um prédio próximo ao palácio presidencial durante protestos contra a morte de sete membros da minoria étnica hazara por militantes islâmicos.
Imagens de uma marcha de milhares de pessoas, transmitidas ao vivo pela TV, mostraram os manifestantes se dispersando à medida que a polícia atirava. As imagens mostraram uma jovem sendo carregada para longe da multidão, mas é incerto se ela foi atingida pelos tiros.
Em uma das maiores manifestações em anos em Cabul, milhares de manifestantes marcharam pela capital afegã para pedir ação ao governo após os assassinos jogarem os corpos parcialmente decapitados das vítimas.
"A única maneira para prevenir tais crimes no futuro é tomar todos os escritórios do governo até que acordem e tomem uma decisão", disse o manifestante Sayed Karim, de 40 anos, um dos milhares que estavam na Praça Mazari, em Cabul.
Além de aumentarem o número diário de assassinatos, as mortes dos sete membros da etnia hazara, que incluem três mulheres e duas crianças, aumentaram o risco de que o ódio sectário possa envenenar ainda mais o clima de um país feito por uma mistura de diferentes etnias.
O presidente Ashraf Ghani condenou os assassinatos e prometeu uma investigação, mas eles geraram um crescente senso de insegurança desde que o Taliban tomou brevemente o controle da cidade de Kunduz, no final de setembro.