JOHANESBURGO (Reuters) - A polícia sul-africana disparou granadas de efeito moral e prendeu um estudante durante confrontos na Universidade de Witwatersrand, em Johanesburgo, nesta quarta-feira, quando os protestos que reivindicam ensino superior gratuito entraram na terceira semana.
Aulas e provas vêm sofrendo interrupções em várias universidades, e muitas permanecem fechadas, embora na semana passada o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, tenha cedido às exigências dos estudantes para que as mensalidades não sejam aumentadas no ano que vem.
As manifestações contra o aumento começaram na universidade de Witwatersrand, conhecida como "Wits", no dia 13 de outubro, e se espalharam para outras faculdades em todo o país. Alguns alunos da Wits estão exigindo educação superior gratuita, além de melhores condições para funcionários terceirizados das universidades.
"A maioria dos estudantes retomou o calendário acadêmico. Temos cerca de 30 estudantes protestando ao redor do campus desde a manhã", disse Shirona Patel, porta-voz da Universidade Wits.
Shirona afirmou que a polícia teve permissão de entrar no campus para conter os manifestantes. Suspeita-se que alguns tenham incendiado uma livraria de terça para quarta-feira, relatou a mídia local.
Os protestos sobre o custo da educação universitária –proibitiva para muitos negros– enfatizam a frustração com as desigualdades que persistem duas décadas após o fim do apartheid.
A campanha pareceu chegar ao clímax na última sexta-feira, quando a polícia usou balas de borracha e gás lacrimogêneo contra alunos que a alvejavam com pedras nas proximidades dos Edifícios da União, a sede do governo na cidade de Pretória.
(Por Peroshni Govender)