PARIS (Reuters) - Homens armados e encapuzados mataram a tiros 12 pessoas no prédio do jornal de sátiras Charlie Hebdo, em Paris, que foi alvo de ataque a bomba no passado após publicar charges com piadas sobre líderes muçulmanos e o profeta Maomé, informou a polícia nesta quarta-feira.
O presidente da França, François Hollande, esteve no local logo após o ataque, e o governo francês elevou o alerta de segurança do país ao nível máximo.
"Esse é um ataque terrorista, não há dúvida disso", disse Hollande a repórteres.
Outras 10 pessoas ficaram feridas no incidente, e o policial Rocco Contento descreveu o interior do prédio como uma "carnificina" após o ataque.
"Cerca de meia hora atrás dois homens com capuz preto entraram no prédio com (fuzis) Kalashnikovs", disse a testemunha Benoit Bringer à emissora de TV iTELE, após o ataque. "Poucos minutos depois, nós ouvimos vários tiros", disse, acrescentando que os homens depois foram vistos fugindo do prédio.
A França já está em estado elevado de segurança após militantes islâmicos terem incitado ataques contra cidadãos e alvos franceses em resposta aos ataques militares da França contra redutos de islamitas na África e no Oriente Médio.
No ano passado, um homem gritando "Allahu Akbar" ("Deus é o maior") feriu 13 pessoas ao lançar um veículo sobre uma multidão na cidade de Dijon, no leste. O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, disse à época que a França "nunca antes enfrentou uma ameaça tão forte ligada ao terrorismo".
Um ataque com uma bomba incediária destruiu a sede do Charlie Hebdo em novembro de 2011, depois que o semanário publicou uma imagem do profeta Maomé em sua capa. A publicação sempre esteve envolvida em polêmicas sobre sátiras de líderes políticos e religiosos.
O mais recente tuíte na conta do Charlie Hebdo faz uma ironia com Abu Bakr al-Baghdadi, líder do grupo Estado Islâmico, que conquistou territórios no Iraque e na Síria e tem sido alvo de ataques aéreos liderados pelos Estados Unidos.
(Reportagem de Brian Love, Nicholas Vinocur e Sophie Louet)