Por Paul Carsten
SHENZHEN, China (Reuters) - As autoridades chinesas inspecionaram os escritórios de uma empresa de gestão do local de despejo de entulho onde um deslizamento de terra deixou 76 pessoas desaparecidas. Registros das autoridades locais mostraram que a empresa não estava habilitada para fazer o trabalho.
Um repórter da Reuters viu nesta terça-feira policiais em duas instalações da empresa de Desenvolvimento e Investimento Yixianglong, em Shenzhen, e nenhum sinal de funcionários.
Pelo menos um corpo foi recuperado dos escombros após uma enxurrada de lama e resíduos de construção no depósito de entulho ter soterrado 33 edifícios em um parque industrial na próspera cidade de Shenzhen, no domingo.
Milhares de trabalhadores estavam usando sensores, drones e escavadeiras de terra nos 380.000 metros quadrados do local do desastre, tentando localizar possíveis sobreviventes presos sob lama de até 10 metros de profundidade. Durante a noite, a área foi iluminada com holofotes para permitir que as operações de resgate não fossem interrompidas.
Foi o segundo grande desastre provocado pela ação humana na China em quatro meses -em agosto, pelo menos 160 pessoas foram mortas em explosões em grande escala de produtos químicos na cidade portuária de Tianjin.
Com a crescente preocupação sobre os padrões de segurança industrial e falta de fiscalização na China, poucas horas depois da tragédia o primeiro-ministro Li Keqiang ordenou uma investigação sobre o deslizamento de terra em Shenzhen, uma cidade que teve um crescimento vertiginoso.
A reunião do governo central em Pequim nesta terça-feira, supervisionada pelo presidente Xi Jinping, assinalou que a segurança precisa ser a "primeira prioridade" no desenvolvimento e gestão das cidades do país, disse a agência de notícias Xinhua.
"Cuidados com a segurança têm que permear todos os aspectos da atividade urbana", afirma.
(Reportagem adicional de Adam Jourdan em Xangai e Ben Blanchard e Judy Hua em Pequim)