Por Nathan Layne
LACONIA, New Hampshire (Reuters) - Doug Lambert, um apoiador de longa data de Donald Trump, concorda com o ex-presidente que as possíveis acusações criminais que ele enfrenta em Nova York estão sendo forjadas por seus inimigos de esquerda. No entanto, Lambert se preocupa com a "bagunça" de uma candidatura presidencial de Trump e está inclinado a votar em outra pessoa.
Como outros republicanos em New Hampshire, que tradicionalmente realiza a segunda disputa pela nomeação do partido em anos de eleições presidenciais, o empresário Lambert, de 58 anos, estará entre os primeiros a avaliar a viabilidade de Trump para a indicação republicana em 2024.
“Com meu voto das primárias, quero ter certeza de colocar alguém com quem posso concordar, que apoia meus valores, mas também que seja elegível”, disse Lambert, que votou em Trump em 2016 e 2020 e é vice-presidente do Partido Republicano em Belknap, o condado mais republicano do Estado.
"Se eu estivesse votando hoje, votaria em Ron DeSantis", disse ele, referindo-se ao governador da Flórida, que ainda não anunciou oficialmente uma pré-candidatura à Casa Branca, mas é visto como um dos principais candidatos à indicação e é o maior adversário de Trump.
Trump tem procurado solidificar o apoio à sua candidatura, apresentando-se como vítima de uma investigação politicamente motivada pelos promotores de Nova York que pode levar ao seu indiciamento por supostos pagamentos clandestinos à estrela pornô Stormy Daniels durante sua campanha eleitoral de 2016. Trump negou ter feito os pagamentos.
Mas entrevistas com uma dúzia de eleitores republicanos em Belknap nesta semana descobriram que, embora os apoiadores de Trump ainda tenham afeição pelo ex-presidente e estejam considerando sua candidatura, muitos também estavam olhando para quem mais está na disputa.
A maioria dos entrevistados disse concordar com as alegações de Trump -- para as quais ele não ofereceu provas -- de que os democratas estavam usando o sistema legal para prejudicar sua candidatura, mas nenhum viu a acusação como um argumento persuasivo para apoiá-lo com firmeza.
Quase todos disseram que também estavam interessados em DeSantis, que visitará New Hampshire no próximo mês, bem como no governador de seu próprio Estado, Chris Sununu, que está flertando com uma candidatura.
Mesmo com sua população relativamente pequena de 1,4 milhão, New Hampshire realizou durante décadas a segunda disputa de indicação em ciclos de eleições presidenciais, dando a seus eleitores uma influência descomunal nos primeiros dias cruciais das campanhas da Casa Branca.
Prudy Veysey, uma republicana de Belknap, espera que seu Estado envie uma mensagem antecipada sobre a viabilidade de Trump.
"Vimos o caos e a destruição", disse a gerente de escritório aposentada de 63 anos que nunca votou no ex-presidente. "É hora de deixar Trump de lado."
(Reportagem de Nathan Layne em Laconia, New Hampshire)