Por Dmitry Zhdannikov
LONDRES (Reuters) - Os preços do petróleo chegaram a cair mais de 30% nesta segunda-feira, o maior recuo diário desde a Guerra do Golfo, em 1991, após a Arábia Saudita ter sinalizado que elevará a produção para ganhar participação no mercado, que já está com sobreoferta devido aos efeitos do coronavírus sobre a demanda.
Os sauditas cortaram seus preços oficiais de venda e têm planos de elevar a produção de petróleo no próximo mês, depois que a Rússia recusou aderir a cortes adicionais de oferta propostos pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) para estabilizar os mercados da commodity.
O petróleo Brent recuava 9,75 dólar, ou 21,54%, a 35,52 dólares por barril, às 8:05 (horário de Brasília). O petróleo dos Estados Unidos caía 9,36 dólar, ou 22,67%, a 31,92 dólares por barril.
O Brent chegou a cair 31% no início da sessão, para 31,02 dólares, menor nível desde 12 de fevereiro de 2016, enquanto o WTI chegou a despencar 33%, para 27,34 dólares, também menor nível desde 12 de fevereiro de 2016.
A maior queda diária do petróleo dos EUA foi em 1991, quando a cotação recuou em um terço.
"Esse ambiente de menor preço deve ter duração limitada, de alguns meses, a não ser que todo o impacto desse vírus sobre os mercados globais e a confiança do consumidor leve à próxima recessão", disse o vice-presidente de análise estratégica da ARM Energy, Keith Barnett.
A desintegração da Opep+, formada pela Opep, a Rússia e outros produtores, acaba com mais de três anos de cooperação entre os países para apoiar o mercado.
A Arábia Saudita pretende aumentar sua produção para acima de 10 milhões de barris por dia (bpd) em abril com o final do atual acordo para redução de oferta, que expira ao final de março, disseram duas fontes à Reuters no domingo.
Os sauditas têm produzido cerca de 9,7 milhões de barris por dia nos últimos meses.