Por William James e Kylie MacLellan e Elizabeth Piper
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, ofereceu a parlamentares nesta terça-feira a possibilidade de votar, dentro de duas semanas, sobre um potencial Brexit sem acordo ou um adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia, se ela não for capaz de aprovar seu acordo divórcio do bloco.
A possibilidade de um adiamento da saída e a remoção da ameaça imediata de um Brexit sem acordo no dia 29 de março, marcam uma das maiores reviravoltas da caótica crise britânica envolvendo o Brexit desde que a maioria no referendo de 2016 escolheu deixar a União Europeia.
Em um passo que empurra o prazo do Brexit em três meses, até o fim de junho, May anunciou que apresentará aos parlamentares duas votações nos dias 13 e 14 de março, se não conseguir a aprovação de seu acordo até 12 de março.
Nesse cenário, o governo autorizaria a realização de uma votação no dia 13 de março, no mais tardar, perguntando se os parlamentares apoiam a decisão de deixar o bloco sem um acordo. Se a opção for rejeitada, os políticos votarão em uma "prorrogação curta e limitada" do Brexit no dia 14 de março.
"O Reino Unido só sairá sem um acordo em 29 de março se houver consentimento explícito na Câmara dos Comuns para esse resultado", disse May, deixando claro que o governo britânico não está removendo a ameaça final de um Brexit sem acordo.
"Uma prorrogação não pode tirar a possibilidade de um Brexit sem acordo da mesa", acrescentou. "A única maneira de fazer isso é revogando o Artigo 50, o que eu não farei, ou firmando um acordo."
May disse que qualquer prorrogação, que não deve ir além de junho, seria quase com certeza um caso único e que seu governo precisa honrar a decisão de deixar a União Europeia porque a credibilidade da democracia britânica está em risco.
A União Europeia estaria disposta a aprovar um curto adiamento do Brexit se o Reino Unido precisar de mais tempo para garantir a aprovação de seu acordo de separação no Parlamento, disseram três autoridades da UE.
Depois que o Parlamento rejeitou por 432 votos contra 202 o acordo de retirada de May, a premiê tem tentado negociar mudanças nos termos acertados com a UE no ano passado e prometido levar o tratado de volta para votação no Parlamento até 12 de março, no mais tardar.
O resultado final permanece incerto, com cenários indo de um acordo de última hora até um segundo referendo, que May tem alertado que poderia reabrir as divergências da campanha do referendo de 2016 ou poderia acabar com o Brexit.