Por Elizabeth Piper e Kylie MacLellan e William James
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra britânica, Theresa May, prometeu nesta quinta-feira lutar pelo texto do acordo de saída do Reino Unido da União Europeia, depois de a renúncia do secretário do Brexit e de outros ministros colocar sua estratégia e seu emprego em risco.
Pouco mais de 12 horas depois de May anunciar que seu gabinete concordou com os termos do acordo, o ministro do Brexit, Dominic Raab, e a ministra de Trabalho e Pensões, Esther McVey, renunciaram.
May convocou uma coletiva de imprensa em sua residência em Downing Street para enfatizar sua determinação em manter o rumo do Brexit.
"Vou até o final? Sim", disse May a repórteres.
Dois outros ministros, dois assistentes ministeriais e o vice-presidente do Partido Conservador também pediram demissão.
A hostilidade contra o acordo por parte de legisladores governistas e da oposição aumentou o risco de que ele seja rejeitado, e o Reino Unido deixaria a União Europeia, em 29 de março, sem uma rede de segurança.
May afirmou que lamenta as renúncias e que entende a infelicidade, mas disse acreditar que seu acordo é o correto.
"Acredito com cada fibra do meu corpo que o caminho que tomei é o correto para nosso país e para o nosso povo", ela disse.
"Farei meu trabalho de conseguir o melhor acordo possível para o Reino Unido, que seja de interesse nacional."
Buscando preserva laços os mais próximos possíveis com a UE, May irritou muitos integrantes do seu partido que advogam por uma separação mais abrupta.
Enquanto isso, partidários de relações mais próximas com a União Europeia em seu próprio partido e no opositor Trabalhista disseram que o acordo desperdiça as vantagens de ser membro do bloco, em troca de poucos ganhos.
Os dois lados afirmam que, efetivamente, o acordo cede poderes à União Europeia, sem assegurar os prometidos benefícios de mais autonomia.
(Reportagem adicional de Sarah Young, Kate Holton, Costas Pitas, David Milliken, Andrew MacAskill, Andy Bruce e Alistair Smout)