Por Praveen Menon
WELLINGTON (Reuters) - A líder do partido governista da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, disse que experimentou cannabis "há muito tempo" quando questionada durante um acalorado debate ao vivo nesta quarta-feira, antes das eleições gerais de 17 de outubro.
Ardern é amplamente cotada a conquistar um segundo mandato devido ao seu sucesso em conter a Covid-19, mas sua rival, a líder conservadora do Partido Nacional Judith Collins, tem recuperado apoio.
Os neozelandeses também estão votando em duas outras questões --a legalização da cannabis recreativa e da eutanásia--, tópicos que dividiram as opiniões no país.
No segundo debate eleitoral, realizado nesta quarta-feira, quando questionada pelo moderador se ela já usou cannabis, Ardern disse: "Sim, usei, há muito tempo."
Mas ela afirmou que só revelará de que forma votou no referendo sobre a cannabis após a eleição.
"Tomei uma decisão clara de que quero que o povo da Nova Zelândia decida isso e que não seja sobre política", disse ela.
Collins, no entanto, afirmou que nunca usou cannabis e que votaria contra.
No amplo debate, as duas líderes também foram questionadas se o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, era uma influência perigosa no mundo.
Collins disse que Trump havia se saído bem recentemente no acordo de paz entre Israel e algumas nações do Golfo.
"Na verdade, isso é melhor do que a guerra. Ele não está pronto para entrar em guerra", afirmou Collins.
Ardern retrucou, dizendo: "É uma preocupação quando a melhor coisa que você pode dizer é que não tivemos guerra?"
Ardern, no mês passado, criticou os comentários de Trump de que a Nova Zelândia estava vivenciando um aumento nos casos de Covid-19, classificando-os como "patentemente errado".
"A ideia de que seríamos comparados ao surto nos Estados Unidos pelo presidente Trump, eu rejeito totalmente e mantenho minha resposta", reiterou Ardern, cuja marca de liderança progressista, inclusiva e compassiva levou algumas pessoas a rotulá-la de "o anti-Trump".
A Nova Zelândia teve 25 mortes relacionadas ao coronavírus, um dos menores índices do mundo, enquanto as mortes nos Estados Unidos ultrapassaram 200 mil.
(Por Praveen Menon)