(Reuters) - O primeiro-ministro do Haiti, Ariel Henry, renunciou ao cargo, informou seu gabinete na quinta-feira, quando um conselho de transição assumiu o poder com o objetivo de devolver a estabilidade a um país onde a violência das gangues tem causado caos e miséria.
O ministro das Finanças de Henry, Michel Patrick Boisvert, será o primeiro-ministro interino, de acordo com o diário oficial do país.
"Hoje é um dia importante na vida de nossa querida república, este dia de fato abre uma perspectiva para uma solução... para as crises multidimensionais que o país enfrenta", disse Boisvert após o juramento formal do conselho de transição na manhã de quinta-feira.
Em uma carta datada de quarta-feira e compartilhada nas redes sociais na quinta-feira, Henry disse que seu governo "serviu à nação em tempos difíceis".
O governo cessante do Haiti formalizou o processo de transição há duas semanas, um mês depois de Henry ter anunciado que renunciaria assim que o conselho fosse instalado.
Henry deixou o Haiti em fevereiro para buscar ajuda internacional para a polícia em suas batalhas contra gangues armadas e poderosas. Mas ele ficou travado fora do país quando as alianças das gangues ameaçaram tomar completamente a capital. Com dificuldades para retornar, Henry anunciou sua intenção de renunciar.
A violência das gangues, que tem sido um problema no Haiti há anos, aumentou no início deste ano. Mais de 2.500 pessoas foram mortas ou feridas pela violência das gangues de janeiro a março, segundo dados recentes do Escritório Integrado das Nações Unidas no Haiti (BINUH).
A situação de segurança também provocou o deslocamento de milhares de pessoas e causou fome catastrófica.
(Reportagem de Kylie Madry, Valentine Hilaire, Sarah Kinosian e Stephen Eisenhammer)