Por Yoshifumi Takemoto e Yukiko Toyoda e Tim Kelly
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, espera encontrar-se com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, nos Estados Unidos neste mês, segundo quatro fontes, em uma tentativa de imitar os laços estreitos do então primeiro-ministro Shinzo Abe durante o primeiro mandato de Trump.
Os EUA são o parceiro econômico e de segurança mais importante do Japão, enquanto Tóquio é um importante aliado de Washington na Ásia, fornecendo bases que permitem manter uma grande presença militar na porta da China.
Ishiba disse aos repórteres que teve uma ligação telefônica de cinco minutos com Trump na manhã de quinta-feira, horário do Japão, e que eles concordaram em se encontrar o mais rápido possível.
"Senti que ele foi muito amigável. Portanto, de agora em diante, tenho a impressão de que podemos conversar francamente", afirmou ele.
Três das pessoas familiarizadas com o planejamento, que não quiseram ser identificadas devido à sensibilidade do assunto, disseram que o Japão pretende marcar uma reunião entre Ishiba e Trump logo após a cúpula do Grupo das 20 grandes economias no Brasil, em 18 e 19 de novembro. A quarta fonte declarou que o Japão está planejando organizar a escala "em torno" da reunião do G20.
A assessoria de Trump não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.
Ishiba quer seguir o exemplo de Abe, o primeiro líder estrangeiro a se reunir com Trump após sua eleição em 2016. Abe, que foi assassinado em 2022, realizou a reunião organizada às pressas na Trump Tower em Nova York pouco mais de uma semana após a eleição.
Abe forjou um relacionamento pessoal próximo com Trump, incluindo horas no campo de golfe, o que ajudou a neutralizar várias questões contenciosas entre os aliados, incluindo gastos com defesa e comércio.
Antes da eleição de terça-feira nos EUA, as autoridades japonesas vinham intensificando os esforços para reacender as relações com pessoas próximas a Trump, temendo, em caso de vitória, que ele pudesse novamente atingir o Japão com medidas comerciais protecionistas, como tarifas sobre o aço, e retomar as exigências para que Tóquio pague mais pelo custo de estacionar as forças dos EUA no país.