Por Linda Sieg
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, manteve os principais ministros nos cargos em uma reforma ministerial anunciada nesta terça-feira, entre eles os de Finanças, Comércio e Relações Exteriores, e só nomeou uma mulher para a nova equipe.
O premiê, que deu ênfase ao empoderamento feminino como diretriz, escolheu Satsuki Katayama, parlamentar conservadora e ex-autoridade do Ministério das Finanças, como ministra da Revitalização Regional e da Igualdade de Gênero, disse o secretário-chefe do gabinete japonês, Yoshihide Suga, ao anunciar o novo gabinete.
Abe, que voltou ao posto em dezembro de 2012 depois de um primeiro mandato turbulento no período 2006-2007, foi reeleito como líder do Partido Liberal Democrata (PLD) no mês passado, podendo se tornar o premiê mais longevo do Japão.
A reforma ministerial enfatizou a estabilidade agora que Abe se prepara para levar adiante sua tentativa controversa de revisar a Constituição pacifista do pós-guerra, disseram especialistas políticos.
Os aliados Suga e Taro Aso, ministro das Finanças, foram mantidos, assim como o ministro do Comércio e da Indústria, Hiroshige Seko, o chanceler Taro Kono, e o ministro da Economia, Toshimitsu Motegi, que comandou negociações comerciais difíceis com os Estados Unidos.
"Ele indicou velhos amigos e aliados confiáveis e manteve as pessoas em suas pastas para comprar estabilidade", disse Jeffrey Kingston, diretor de Estudos Asiáticos no campus da Universidade Temple do Japão.
Kingston disse que a nomeação de uma única mulher em um gabinete de 19 membros "expõe o exibicionismo vazio da 'Womenomics'". O gabinete anterior tinha duas ministras.