MADRI (Reuters) - A câmara baixa do Parlamento da Espanha rejeitou nesta quarta-feira por ampla margem uma moção de desconfiança ao governo de esquerda apresentada pelo partido de extrema-direita Vox, como era esperado.
Apenas um parlamentar do partido de centro-direita Cidadãos se juntou aos 52 representantes do Vox em apoio à moção, enquanto 201 deputados votaram contra na Casa de 350 cadeiras, e 91, em grande parte do conservador Partido Popular (PP), se abstiveram.
O Vox sabia que sua moção fracassaria, mas seu líder, Santiago Abascal, seguiu em frente com a votação, criando uma divisão profunda no partido, o terceiro maior no Parlamento depois do Partido Socialista Operário, do primeiro-ministro Pedro Sánchez, e do PP.
Analistas dizem que a medida pode prejudicar a popularidade do Vox em um ano eleitoral. Várias pesquisas recentes projetaram que o Vox teria menos assentos do que nas eleições de 2019.
O Vox baseou sua moção em alegações de que o governo havia se aliado a separatistas catalães e bascos que apoiaram suas políticas no Parlamento em troca de concessões; política econômica e fiscal "errada e confiscatória" e outras acusações. Exigia a destituição imediata do governo e uma eleição antecipada.
O debate de dois dias antes da votação permitiu que Sánchez subisse ao palco para atacar a oposição e destacar as conquistas de seu governo de coalizão no momento em que a campanha para as eleições regionais marcadas para maio e uma votação geral em dezembro está esquentando.
(Reportagem de Inti Landauro)