Por Elizabeth Piper
LONDRES (Reuters) - A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, prometeu a autoridades da União Europeia nesta terça-feira que será "uma mulher danada de difícil" nas conversas sobre a desfiliação de seu país do bloco, o processo conhecido como Brexit, depois de ser criticada por subestimar a complexidade do rompimento e por ter "ilusões" sobre um acordo.
Fazendo campanha para a eleição antecipada que convocou para o próximo mês, May alertou os eleitores que os outros 27 países da UE estão determinados a conseguir um acordo de separação que "funcione para eles", dizendo que o Reino Unido deve se unir a ela para fortalecer sua posição.
"Estas negociações não serão fáceis", disse ela a apoiadores na parte leste da cidade de Bristol, onde os eleitores elegeram um parlamentar trabalhista na última eleição, em 2015.
"Há 27 Estados-membros europeus unidos em sua determinação de obter o acordo que funcione para eles. Precisamos mostrar a mesma união de propósito aqui em casa para obtermos um acordo que funcione para nossos interesses nacionais também."
Depois de se encontrar com May em sua residência oficial em Downing Street na quarta-feira, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, teria dito que está "10 vezes mais cético do que estava antes" sobre a possibilidade de selar um acordo.
May minimizou o relato, que chamou de "fofoca de Bruxelas", e, em uma entrevista à rede BBC, insinuou que não irá ser manipulável.
"Durante a campanha pela liderança do Partido Conservador eu fui descrita por um de meus colegas como uma 'uma mulher danada de difícil'. E eu disse à época que a próxima pessoa a descobrir isso seria Jean-Claude Juncker", contou.
A premiê confia que fará do Brexit um sucesso, disse seu porta-voz a repórteres, e está encarando as conversas "de uma maneira construtiva e com enorme boa vontade".
Abordando as dúvidas sobre a capacidade de May para conduzir as negociações, o porta-voz acrescentou: "A primeira-ministra está liderando as conversas do Brexit. Ela será assessorada pelo secretário de Estado para a saída da União Europeia e por autoridades de primeiro escalão".
May foi acusada por parlamentares da oposição de demonstrar altivez perante o resto da UE na véspera das conversas, o que poderia envenenar o ambiente no momento em que as linhas de batalha são delineadas.
Seu legado depende do sucesso ou do fracasso das tratativas, mas a UE não pode ser dar ao luxo de oferecer um acordo muito generoso aos britânicos por medo de que o Brexit incentive outros membros do bloco a se separarem.
(Reportagem adicional de Kylie MacLellan)
((Tradução Redação São Paulo, +5511 56447719))
REUTERS RBS