LONDRES (Reuters) - O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse nesta segunda-feira que não vai se candidatar a um terceiro mandato caso consiga se reeleger em uma acirrada eleição marcada para 7 de maio, afirmando que o fim de seu eventual segundo período no cargo seria o momento para o surgimento de uma nova liderança entre os conservadores.
As declarações do premiê tem como um dos objetivos ressaltar a mensagem transmitida por seu partido, de que a tarefa de reerguer a economia e reformar a Grã-Bretanha está apenas pela metade, sendo necessários aos conservadores mais cinco anos "para terminar o serviço".
Cameron, cujo partido aparece praticamente empatado com o oposicionista Partido Trabalhista nas pesquisas de intenção de voto, também disse que pretende cumprir integralmente um segundo mandato, entre 2015 e 2020, rechaçando insistentes especulações de que deixaria o cargo após um possível referendo sobre a integração à União Europeia, previsto para 2017.
Mas ele sugeriu que suas ambições políticas terão seguido seu curso até então.
"Estou me colocando à disposição para os cinco anos integrais. Sinto-me disposto e com saúde o bastante para o trabalho. Tenho uma verdadeira paixão pelo trabalho e estou com gana de vencer. Se eu não conseguir, ficarei desapontado", disse ele à TV BBC.
Ao ser perguntado se gostaria de um terceiro mandato, ele respondeu: "Não... o terceiro mandato não é algo que eu contemple."
Cameron, de 48 anos, indicou como seus possíveis sucessores Theresa May, atual ministra do Interior, o prefeito de Londres, Boris Johson, e o ministro das Finanças, George Osborne, dizendo que o momento será então propício para "um fresco par de olhos e uma liderança nova".
Se Cameron não conseguir se reeleger, suas declarações devem dar partida a uma prolongada disputa para sucedê-lo na liderança dos conservadores.
Cameron se tornou premiê em 2010 e está à frente do primeiro governo britânico de coalizão desde o fim da Segunda Guerra Mundial, numa aliança com os democratas liberais, de centro-esquerda.
(Reportagem de Andrew Osborn)