Por Elizabeth Piper
BRUXELAS (Reuters) - O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, David Cameron, vai tentar romper um impasse em conversações com líderes da União Europeia nesta quinta-feira sobre suas tentativas de conquistar melhores condições de associação para o país, antes de um referendo sobre a permanência dos britânicos no bloco.
O líder britânico tem caracterizado as conversas durante o jantar, em Bruxelas, como apenas "mais um passo" na renegociação, mas está consciente de como o debate tem provocado divisões na Grã-Bretanha antes do referendo que ele prometeu realizar até ao final de 2017.
Cameron quer fazer progressos na cúpula do Conselho Europeu, sobre a qual o principal negociador da UE, Donald Tusk, disse que não seria possível "haver tabus" em um debate sério. Mas ele enfrenta uma difícil batalha para encontrar um acordo sobre redução de pagamentos de previdência social para os imigrantes de países da UE, de forma a tentar reduzir a imigração para a Grã-Bretanha.
"O objetivo será ter essa discussão política substantiva nesta quinta-feira à noite, olhando o progresso feito até agora e, em particular, olhando para algumas das áreas mais difíceis e mais complicadas para resolver", disse um funcionário do governo britânico.
Cameron vem percorrendo capitais em busca de apoio para as demandas que, segundo diz, acalmariam os receios dos britânicos sobre a UE e ajudariam a convencer os eleitores a manter o país no bloco.
Ele tem recebido apoio cebido pela chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, principal força política da Europa, e outros líderes que querem manter a Grã-Bretanha no bloco. Além disso, também tem encontrado simpatia para suas demandas de maior concorrência na UE, mais soberania para a Grã-Bretanha e salvaguardas para a City de Londres, o centro financeiro do país.
Mas a sua proposta de fazer com que os imigrantes do restante do bloco de 28 nações aguardem quatro anos antes de reivindicar benefícios trabalhistas específicos para pessoas com empregos de baixos salários na Grã-Bretanha tem sido muito criticada, especialmente no Leste Europa, por contrariar a legislação do bloco, que proíbe a discriminação.
O funcionário britânico disse que a proposta de quatro anos era a única sobre a mesa antes da reunião, mas o primeiro-ministro aguardava com expectativa para saber se outros líderes tinham sugestões alternativas para ajudar no controle imigratório na Grã-Bretanha.