Por Elisabeth O'Leary
EDIMBURGO (Reuters) - A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, exigiu nesta segunda-feira um novo referendo de independência no final de 2018 ou início de 2019, assim que os termos da desfiliação britânica da União Europeia, o chamado Brexit, tiverem ficado mais claros.
Um plebiscito que afetaria o Reino Unido poucos meses antes do Brexit poderia aprofundar a incerteza que cerca o processo de separação de dois anos da UE após mais de quatro décadas.
"Se é para a Escócia ter uma escolha verdadeira –quando os termos do Brexit forem conhecidos, mas antes que seja tarde demais para escolher nosso próprio caminho– então esta escolha deve ser oferecida entre o outono (local) do próximo ano, 2018, e a primavera de 2019", afirmou Sturgeon aos repórteres.
Sua exigência veio à tona no momento em que a premiê britânica, Theresa May, está prestes a iniciar o processo de rompimento, algo a que a maioria dos escoceses se opuseram no referendo de junho passado sobre a permanência na UE.
Em última instância é o parlamento de Westminster, no qual May tem maioria, quem decide se Edimburgo pode realizar um segundo referendo separatista.
Mas se May se recusasse a aprovar tal consulta, poderia provocar uma crise constitucional com potencial para insuflar a discórdia na Escócia.
Embora Sturgeon tenha dito que "a porta ainda está aberta" para conversar com o governo de Londres, acrescentou que não espera uma abordagem diferente do gabinete de May com relação ao Brexit.
"Não posso fingir que uma concessão parece remotamente provável, dada a reação dura até o momento", disse.
Os resultados do referendo de 23 de junho sobre o Brexit despertaram dúvidas sobre o futuro do Reino Unido, já que os eleitores da Inglaterra e do País de Gales escolheram sair da UE, mas na Escócia e na Irlanda do Norte a população preferiu continuar no bloco, o que representou uma maioria de 51,9 por cento de votos britânicos a favor da separação.