Por Linda Sieg e Elaine Lies
TÓQUIO (Reuters) - O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, escolheu a aliada conservadora Tomomi Inada como ministra da Defesa nesta quarta-feira, o que cria o risco de irritar a China e a Coreia do Sul, como parte de uma reforma ministerial limitada que manteve a maioria das pastas inalterada.
Inada, uma das líderes do partido governista, compartilha com Abe o objetivo de revisar a Constituição pacifista pós-guerra do país, que alguns conservadores consideram um símbolo humilhante da derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial.
Ela também visita frequentemente o Santuário Yasukuni para os mortos da guerra, localizado em Tóquio, que Pequim e Seul veem como um traço do antigo militarismo do Japão.
As relações japonesas com chineses e sul-coreanos foram prejudicadas muitas vezes pelo legado da agressão militar do Japão antes e durante a Segunda Guerra Mundial.
"A senhora Inada é uma política ultraconservadora, e isso será visto como um preparativo para se obter uma revisão constitucional e se adotar uma postura firme diante da China", disse Takashi Kawakami, especialista em segurança da Universidade Takushoku.
Inada, uma advogada de 57 anos, será a segunda mulher a ocupar a chefia da Defesa. A primeira, Yuriko Koike, que exerceu a função por um período curto em 2007, recentemente foi eleita governadora de Tóquio.
Abe está tentando ressuscitar o crescimento econômico e lidar com enormes desafios diplomáticos enquanto avalia a possibilidade de continuar no cargo depois que seu mandato como presidente do governista Partido Liberal Democrata terminar em 2018.