Por Robert Muller
PRAGA (Reuters) - O primeiro-ministro da República Tcheca, Bohuslav Sobotka, mudou de rumo em sua batalha para remover o ministro de Finanças, Andrej Babis, nesta sexta-feira, voltando atrás em sua promessa de renunciar ao cargo e, em vez disso, buscando apenas a demissão de seu principal rival político.
O país está em uma crise política por causa de Babis, um bilionário que enfrenta questionamentos sobre práticas de negócio do passado, mas que é o líder partidário mais popular do país antes de uma eleição planejada para outubro.
O conflito coloca o partido de centro-esquerda de Sobotka, o Social-Democrata, não apenas contra o partido ANO, de Babis, mas contra o presidente Milos Zeman, que ficou ao lado do ministro de Finanças, atitude que Sobotka disse que poderia exceder os poderes constitucionais da Presidência.
Babis tem tido boas relações com Zeman, e ambos veem Sobotka como seu principal adversário. O porta-voz do presidente, Jiri Ovcacek, tuitou: "Um primeiro-ministro desesperado está tentando arrastar todo o país para a lama".
No início desta semana, Sobotka anunciou que iria renunciar junto com todos os membros de seu governo, como uma maneira de remover Babis.
Entretanto, o primeiro-ministro mudou de ideia após Zeman indicar que trataria a renúncia de Sobotka como individual, e não como a saída de todo o governo.
"Nessa situação minha renúncia não faz nenhum sentido. O ministro de Finanças, atingido por extensos escândalos, continuaria no governo", disse Sobotka a repórteres. Ele acusou o presidente de fazer uma "piada" da Constituição.
(Reportagem adicional de Jan Lopatka)