BOGOTÁ (Reuters) - O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, seus ministros e outros funcionários de alto escalão estão dispostos a testemunhar à Justiça em uma investigação sobre subornos pagos pela brasileira Odebrecht para receber um contrato de construção de uma rodovia, informou o governo nesta sexta-feira.
A posição do governo se tornou conhecida após a Corte Suprema de Justiça da Colômbia aceitar pedido da defesa do senador Bernardo Miguel Elías --acusado de receber subornos e que foi preso na quinta-feira-- para ouvir o presidente e os ministros sobre a maneira que o contrato foi concedido.
“Este tem sido um governo que tem sido caracterizado por ser respeitoso com a administração de Justiça e, como em todos os casos, está pronto para dar as respostas que a Justiça exige”, disse a jornalistas o ministro do Interior, Guillermo Rivera.
“Este é um Estado de Direito, este governo é absolutamente respeitoso com o Estado de Direito e irá atender, como deve ser em um Estado democrático, os requerimentos da Justiça”, acrescentou.
A Odebrecht recebeu na Colômbia um contrato para a construção de uma rodovia de 528 quilômetros em 2010, com um investimento de mais de 1 bilhão de dólares. Quatro anos depois, a companhia assinou um aditamento para construir uma via paralela.
De acordo com a Procuradoria-Geral, os subornos pagos pela construtora na Colômbia chegam a mais de 27 milhões de dólares, mais que o dobro da quantia informada inicialmente, em um esquema que envolve companhias nacionais e estrangeiras, políticos e funcionários.
Atualmente, oito pessoas estão presas na Colômbia por envolvimento no escândalo de corrupção, incluindo o senador Elías e um ex-vice-ministro do Transporte.
Os subornos da Odebrecht na Colômbia chegaram às campanhas eleitorais de Santos e do candidato opositor Óscar Iván Zuluaga, que receberam de forma ilegal em 2014 aportes financeiros da construtora.
(Reportagem de Luis Jaime Acosta)