CARACAS (Reuters) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse nesta quinta-feira que está subordinado aos "poderes" da Assembleia Nacional Constituinte, órgão criticado por vários governos da América e da Europa como antidemocrático.
Maduro não esclareceu o alcance de sua alegação, que opositores e analistas veem como simbólica e uma estratégia para acabar com os rumores de que a constituinte dará poderes absolutos ao presidente socialista para governar sem controle do Parlamento, dominado por seus adversários.
"Hoje temos a Assembleia Nacional Constituinte e venho a reconhecer os seus poderes plenipotenciários, soberanos, originários e magnos", disse Maduro no salão onde se encontra o órgão formado por 545 pessoas.
"Como chefe de Estado me subordino aos poderes dessa Assembleia Constituinte", acrescentou.
O restante dos poderes não declarou publicamente sua subordinação à Assembleia Constituinte que, dias atrás, destituiu a procuradora-geral, Luisa Ortega.
Mais cedo, a presidente da Assembleia Constituinte, a ex-ministra das Relações Exteriores Delcy Rodríguez, disse que o órgão que vai reescrever a Constituição terá o poder de dissolver o resto dos poderes públicos e seus funcionários durante o período de até dois anos de vigência.
Ministros das Relações Exteriores de vários países latino-americanos reunidos em Lima na terça-feira condenaram a "ruptura democrática" na nação rica em petróleo após a instalação da Assembleia Constituinte.
(Por Diego Oré; com reportagem adicional de Andreína Aponte)