Por José Llangari
QUITO (Reuters) - Taxistas e caminhoneiros do Equador bloquearam ruas e estradas nesta quinta-feira com pedras e pneus em chamas em rejeição à decisão do governo de cortar subsídios a combustíveis, o que obrigou o presidente Lenín Moreno a declarar estado de exceção.
O presidente anunciou na terça-feira um pacote de medidas econômicas, que inclui o fim de subsídios ao diesel e à gasolina extra de maior demanda no país. O pacote tem objetivo de levantar 2,27 bilhões de dólares e reduzir um volumoso déficit fiscal.
Centenas de taxistas usaram seus veículos para dificultar a passagem nas principais vias de várias cidades do Equador, enquanto que caminhões, pedras e pneus em chamas foram usados para bloquear circulação nas rodovias que ligam os diferentes pontos do país.
"Para garantir a segurança dos cidadãos e evitar o caos, declarei o estado de exceção em nível nacional", disse Moreno a repórteres.
O presidente afirmou que foi firme nas medidas tomadas e que "não há possibilidade de mudança", especialmente na questão de eliminar o subsídio para o diesel e a gasolina.
Os motoristas exigem que o governo desista do corte de subsídios aos combustíveis, que irá resultar em economia de 1,5 bilhão de dólares anuais ao Estado, sob o argumento de que o corte irá encarecer o padrão de vida dos equatorianos.
Universitários, indígenas e movimentos sociais se juntaram aos protestos, em meio a forte proteção militar e policial no Palácio de Governo, no centro de Quito.
O governo defendeu as medidas, argumentando que são necessárias para levantar a economia do país. O subsídio de combustíveis no Equador esteve vigente por mais de 40 anos.